quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Solidariedade brasileira

Há quatro anos, o primeiro furacão registrado no Atlântico Sul atingiu Santa Catarina deixando três mortos, mais de 500 feridos e 100 mil casas destruídas. Este ano, as proporções desastrosas foram maiores. Dias ininterruptos de chuva castigaram o Estado, provocando enchentes, deslizamentos nas encostas dos morros, destruição de estradas, casas, hospitais e tudo quanto era construção que estivesse no caminho das correntezas de lama. Foi decretado estado de calamidade em vários municípios onde a força da natureza deixou suas marcas.

Afetados pelas águas abundantes do céu catarinense, 78.707 pessoas ficaram desabrigadas ou desalojadas no Estado, segundo cálculos da Defesa Civil. O número de mortos chegou a 117, sendo que 31 pessoas encontram-se desaparecidas. Estima-se que a quantidade de pessoas afetadas de alguma forma chegue a 1.500.000.

Pessoas por todo o Brasil estão se mobilizando para ajudar as vítimas do desastre climático, um fenômeno sem precedentes na história brasileira. Foram 12 dias de caos e cenas assustadoras, mas agora a chuva deu uma trégua. Chegou a hora da reconstrução das áreas afetadas. O número de desalojados e desabrigados diminui gradativamente e, aos poucos, pessoas vão sendo autorizadas a voltarem para suas casas. Lentamente a vida retorna ao normal, mas ainda não se sabe quanto tempo levará até que as cidades sejam revitalizadas. Por enquanto a preocupação está em atender as necessidades imediatas de quem sofreu danos com as chuvas. Na lista dos itens mais urgentes estão bolachas, biscoitos, barras de cereais, latas de sardinha, carne enlatada, salsicha e outros mantimentos de fácil manuseio e não perecíveis.

As doações estão sendo feitas de várias formas. Centros de arrecadação estão espalhados por todo o Brasil. A Defesa Civil do Estado também disponibilizou uma conta para depósitos no Banco do Brasil. O Governo Federal e Estadual estudam formas de redução e isenção de alguns impostos e outras facilidades para as vítimas reconstruírem suas casas.

Na Câmara dos Deputados, várias ações acontecem no sentido de facilitar o envio de recursos para Santa Catarina, como a Medida Provisória 448, que disponibiliza um bilhão e seiscentos milhões de reais para os Ministérios da Saúde, Transportes, Defesa e Integração Nacional. O presidente da Comissão Externa da Câmara, Paulo Bornhausen, que acompanha a situação de calamidade em Santa Catarina, disse que vai pedir agilidade na votação dessa medida, além de solicitar o envio integral para o Estado, da verba destinada ao Ministério da Saúde.

Acompanhe a proposta do deputado Paulo Bornhausen seguida das palavras de empenho do presidente da Comissão Mista de Orçamento, deputado Mendes Ribeiro Filho, do PMDB gaúcho.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Restaurante Oliver

Localizado no clube de golfe de Brasília, o restaurante Oliver apresenta um clima campestre, com um ambiente em meio a pinheiros, além de uma bela vista para o Lago Paranoá.

Marcado pelo requinte, todo o restaurante apresenta obras de arte, seja em peças e obras, nos móveis, até a apresentação dos pratos.

Um dos diferenciais do restaurante é a opção de escolher meia-porção para todos os pratos, o que estimula os clientes a experimentarem o menu completo, da entrada à sobremesa.

Um clima agradável e uma culinária requintada, mas resta saber o mais importante. Para saber se o serviço é de qualidade, uma vez que não adianta aguardar horas por uma refeição que não chega, e conferir se a comida é realmente saborosa acompanhe abaixo a aventura da repórter em um restaurante chique.

Ana Beatriz Lemos - Oliver


Local: Setor de Clubes Esportivo Sul, Trecho 2, Lote 2, Brasília Golf Center.
Telefone: (61)3323-5961.

Ponte JK: turismo e polêmica em um só lugar

Inaugurada em 15/12/2002, a Ponte Juscelino Kubitschek, também conhecida como Terceira Ponte do Lago Sul foi projetada para solucionar o problema de trânsito dos moradores do Lago Sul, São Sebastião e Paranoá para chegar ao centro de Brasília.

O projeto audacioso impressiona pela funcionalidade e pela arquitetura monumental, com três arcos inspirados pelo movimento de uma pedra quicando sobre a água, a obra se integra ao conceito de Brasília, aliando beleza e inovação.

O que seria apenas mais uma obra do então Governador Joaquim Roriz, tornou-se em pouco tempo um ponto turístico na capital. Primeiramente com visitantes dispersos às margens da ponte, que estacionavam seus carros ao longo do monumento, até a chegada de ambulantes vendendo desde cachorros-quentes, churrasquinhos até bebidas alcoólicas.

Com essa combinação entre bebida, carros e jovens da cidade ou turista, o que seria apenas um local para travessia de veículos, passou a ponto de encontro das mais diversas tribos.

Após um acidente de carro que vitimou três pessoas que passavam de carro pela Ponte JK, devido a uma colisão com veículo em alta velocidade dirigido por um motorista embreagado, o monumento ficou marcado pela tragédia.

Desde então, a Ponte foi interditada para o comércio de ambulantes e proibida a parada de carros ao longo do trajeto.Mesmo com a proibição, ainda é possível observar pedestres tirando fotos na ponte. Para isso, é preciso enfrentar uma longa caminhada por não mais ser possível estacionar mais próximo à ponte.

Acompanhe a opinião de moradores de Brasília sobre a exploração da Ponte JK como ponto turístico e as recentes proibições no local.


Ana Beatriz Lemos - Sonora Ponte Jk

Arriba e adentro



Em 1997, numa visita ao México, Wildemar Assunção, apaixonou-se pela gastronomia mexicana. Voltou ao Brasil cheio de receitas e idéias. Criou o Chili Pepper, que hoje tem duas filiais, uma na 213 norte e outra na 415 sul. O restaurante oferece bufê e serviço à la carte, no almoço, das 11h às 16h e no jantar, das 18h às 24h.

O charme do Chili Pepper são as mantas coloridas, chapéus e quadros que compões a decoração. O restaurante conta ainda com um mezanino com 40 lugares. As sugestões da casa são o chilli dip (feijão mexicano acompanhado de Doritos), para entrada; o taco salad (tortilla grande com salada e filé mignon), como prato principal; e as tradicionais fajitas (arroz e feijão feitos à moda mexiacana, com filé, guacamole e salsa picante).

Confira a crítica gatronômica do blog Radio1.

 Thaís Margalho - Áudio Chili Pepper

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

O nosso Centro Cultural do Banco do Brasil


Pense rápido: o que Brasília tem em comum com Rio de Janeiro e São Paulo? O Centro Cultural Banco do Brasil, é claro! Os íntimos chamam simplesmente de CCBB. Localizado no Trecho 2 do Setor de Clubes Sul, a bela construção parece um oásis no meio do cerrado.

O centro está aberto ao público desde 2000 em um edifício assinado pelo próprio Oscar Niemeyer. O lugar antes era conhecido como Centro de Treinamento do Pessoal do Banco do Brasil. Arrojado, o CCBB já trouxe ao público as gravuras de Picasso, as obras de Miró, os filmes perdidos de Zé do Caixão – e na ocasião, o próprio cineasta -, e peças como A Ordem do Mundo, com a atriz Drica Moraes. Além disso, o CCBB tem uma programação musical que reúne músicos de várias partes do mundo em apresentações abertas ao público. Outras atrações são palestras e discussões organizadas pelo centro.

Apesar da localização não ser das mais privilegiadas, o lugar atrai um contingente fiel de aficionados pelos vários tipos de arte. É o caso do funcionário público Bruno Ribeiro que fala sobre o que atrai o público para o centro cultural e o que precisa melhorar no local:



A arquitetura do lugar por si só é um motivo para se visitar. Além disso, o preço é extremamente acessível. As sessões de cinema saem por R$ 4 a inteira e o teatro à R$ 15. A entrada das exposições é gratuita. E para compensar a localização difícil, o CCBB disponibiliza transporte gratuito que sai de vários pontos da cidade. Ou seja, não tem desculpa.

O preço em conta acaba, de certa forma, sendo também um problema. Acontece que as mostras exclusivas de filmes (a maioria em película) e as peças de sucesso nacional que o CCBB traz para a cidade acabam sendo disputadíssimas pelo público. Então, principalmente no caso do teatro, o negócio é estar na fila na hora em que a bilheteria abrir, ou ficar sem ver o espetáculo.

No mais, o centro conta com uma livraria e um bistrô. Para compensar o preço camarada das atrações, o bistrô do CCBB oferece opções deliciosas, a um preço relativamente salgado. E o pior é que, como não tem nada por perto, o jeito segurar a fome, ou se contentar em pagar mais caro mesmo.

Os óculos escuros de Cartola


Cartola (Brasil, 2006)
Diretores: Lírio Ferreira e Hilton Lacerda
Gênero: Documentário
Duração: 88 minutos

Em um contexto de multiplicação de documentários biográficos, está Cartola - Música Para os Olhos, de Lírio Ferreira e Hilton Lacerda. Esta cinebiografia sobre a vida de um dos principais mestres do samba levou oito anos para ser finalizada. A obra inova e arrisca, utilizando uma montagem de imagens aparentemente desconexas. Mas, por meio dessa ligação inusitada, que constrói uma narrativa pouco linear, a história de Angenor de Oliveira – o Cartola (1908-1980) – vai sendo contada de maneira leve e agitada, como era a sua vida.

Por excesso de criatividade dos diretores ou por falta de imagens do músico, Cartola utiliza outros filmes para ser montado, reconstituindo a época tão fértil para a cultura brasileira. A partir daí, uma série de cenas de obras nacionais complementam as imagens de arquivo, das chanchadas da Atlântida, acontecimentos políticos e filmes do Cinema Novo, em alguns momentos funcionando como criativas intervenções no roteiro, em outros, apenas caracterizando a História. E foi justamente pela negociação sobre os direitos autorais de imagens de arquivos e de músicas que o documentário demorou a ser finalizado.

No começo, o próprio sambista, autor de mais de 500 canções, narra a sua vida e depois, amigos, músicos e pessoas do meio musical vão dando os seus testemunhos sobre ele, homem de formação acadêmica restrita, que compunha versos com metáforas camonianas e melodias românticas, enquanto lavava carros ou servia cafezinhos.

O documentário não "doura a pílula" e deixa claro que a história do protagonista foi trágica. Teve meningite, quase ficou paraplégico, sumiu da cena artística aos 38 anos e foi até dado como morto. Mas graças ao jornalista Sérgio Porto, o Stanislau Ponte Preta, que o redescobriu em Ipanema, o sambista teve a sua voz finalmente registrada em 1966 em um disco de Elizeth Cardoso.

Cartola, uma das figuras-chave para a consolidação do samba como um símbolo de identidade nacional, só teve o seu primeiro disco lançado aos 66 anos. Fica claro, no entanto, que nada disso era problema para um dos fundadores da escola de samba do Rio de Janeiro, a Estação Primeira de Mangueira, e dono de uma composição sofisticada, que continha em si a contradição de uma vida paradoxalmente dura e glamurosa.

Conheça a crítica de Alice Abbud sobre o documentário.

Os óculos escuros de Cartola - Alice Abbud

Fé, celebração, churrasquinho-de-gato e um público crescente

Este ano a Festa de Maio que acontece na Igreja Nossa Senhora de Fátima completou sua 50ª edição. A quermesse da Igrejinha, como é mais conhecida, acontece do dia 1º ao dia 13 de maio – data da celebração da primeira aparição de Nossa Senhora de Fátima –, e traz missas, barraquinhas e um ambiente familiar de muita alegria e confraternização.

Com projeto do arquiteto Oscar Niemeyer, projeto paisagístico de Burle Marx e azulejos do artista plástico Athos Bulcão a Igrejinha, baseada em um chapéu de freira, foi tombada pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco) como patrimônio cultural. Todos os fundos arrecadados durante os 13 dias são revertidos para a restauração do templo, recuperação da memória e história popular da Igrejinha – inaugurada em 1958, antes mesmo de Brasília –, além de doações para uma creche em Ceilândia, a formação dos seminaristas e missionários e serviços sociais diversos. Mas Frei Cláudio, um dos responsáveis pela Festa, destaca que o maior objetivo no evento é “valorizar a família e motivar as pessoas a crescerem e se desenvolverem espiritualmente”.

Há 10 anos, a Festa não pára de crescer. São cerca de 500 fiéis envolvidos na organização do evento, que começa em outubro do ano anterior. Durante toda a trezena, acontecem procissões em direção à primeira e mais tradicional Igreja do Plano Piloto, onde se celebra uma missa. A cada dia, uma procissão começa em um prédio residencial diferente das quadras próximas à Igrejinha e culmina na coroação de Nossa Senhora de Fátima. Após as celebrações religiosas, inúmeras famílias aproveitam as barraquinhas de comidas típicas, brincadeiras e artigos religiosos ao som de diversas bandas entre as quadras 307 e 308 da Asa Sul. Nesse ano, a Festa contou com apresentações das bandas da Polícia Militar, Aeronáutica e Corpo de Bombeiros.

Serviço
Procissão – 18h30
Missa – 19h
Dia 13
Missas às 7h, 9h, 10h30, 12h, 15h, 17h e 19h.

Conheça a opinião de pessoas ligadas à Festa de Maio de alguma forma.

Três opiniões sobre a festa

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

A humanidade cega

Título Original: Blindness
Gênero: Drama
Tempo de Duração: 120 minutos
Ano de Lançamento (Brasil / Canadá / Japão): 2008
Site Oficial: http://www.ensaiosobreacegueirafilme.com.br/ Direção: Fernando Meirelles
Roteiro: Don McKellar, baseado em livro de José Saramago Edição: Daniel Rezende

O vencedor do Prêmio Nobel de literatura, José Saramago, e o aclamado diretor Fernando Meirelles (O Jardineiro Fiel, Cidade de Deus) nos trazem a comovente história sobre a humanidade em meio à epidemia de uma misteriosa cegueira.

A doença surge inicialmente em um homem no trânsito e, pouco a pouco, se espalha pelo país. As pessoa com quem ele encontra - sua esposa, seu médico e até mesmo o bom samaritano que lhe oferece carona para casa terão o mesmo destino. À medida que a doença se espalha, o pânico contagia a cidade. As novas vítimas da "cegueira branca" são cercadas e colocadas em quarentena num hospício caindo aos pedaços.

Neste caos, a única pessoa que ainda consegue enxergar é a mulher de um médico (Julianne Moore), que juntamente com um grupo de internos tenta encontrar a humanidade perdida. Com uma coragem cada vez maior, ela será a líder de uma improvisada família de sete pessoas que sai em uma jornada, atravessando o horror e o amor, a depravação e a incerteza, com o objetivo de fugir do hospital e seguir pela cidade devastada, onde eles buscam uma esperança. A jornada da família lança luz tanto sobre a perigosa fragilidade da sociedade como também no exasperador espírito de humanidade.

Acompanhe o que o crítico de cinema, Leonardo Feijão, tem a dizer sobre o filme.


Compartilhando experiências


Nós, focas, jornalistas iniciantes ou estudantes de jornalismo, não encontramos com facilidade um guia entre os textos técnicos publicados no Brasil. Segundo este livro, Foca é o jornalista novato, bisonho, ou seja, não experimentado, aquele que está caminhando para essa profissão.

Nesta obra “O Manual do Foca – guia de sobrevivência para jornalistas” temos o apoio e solução para nossas dúvidas, tanto nós focas, quanto jornalistas mais experientes. E é por acreditar que o texto foi o início de tudo que a autora, Thais de Mendonça Jorge, procura dar orientações sobre como escrever em estilo jornalístico, estilo este que, segundo ela, apresenta dificuldades no início, mas que se torna muito claro a partir do domínio de determinadas ferramentas.

A nova mídia mantém os compromissos da imprensa para com o público. Ao jornalista cabe mostrar os vários ângulos da questão e resgatar o papel dos primórdios: a fim de melhor comunicar, o jornalista deve colocar a notícia na melhor forma – in-formar. O que ele tem mesmo a fazer é publicar, no sentido latino: deixar à disposição do público. A escrita ainda predomina, inclusive na rede mundial dos computadores.

A ênfase deste livro é sobre o jornalismo impresso, o primeiro dos jornalismos, mas também é abordado o texto para a internet, um dos gêneros mutantes do jornalismo atual. Ele tem seu conteúdo dividido em três partes: conceitos de notícia, produção da notícia e redação da notícia

Segundo a autora, o Manual do foca começou a ser escrito em 1986, durante suas aulas na Universidade Federal Fluminense, em Niterói (RJ). A carência de material prático para as disciplinas técnicas do curso de Jornalismo tornou-a uma colecionadora de documentos da rotina diária dos jornais.

Para Thais, esta é uma obra para os que sentem algum apelo direcionado à profissão que o escritor e jornalista colombiano Gabriel García Márquez qualifica como “a melhor do mundo”, ou que estejam pensando em aprendê-la para uso no dia-a-dia.

Amazonir Araújo - sobre "O manual do foca"

Brasília: Patrimônio Cultural da Humanidade

Como Capital Federal, Brasília é o palco das mais importantes decisões políticas e econômicas do País. Mas este lado sério não diminui a tranqüilidade. A atmosfera existente espera o turista; a cidade é repleta de áreas verdes e de entretenimento para todos os gostos e idades.

Dividida em setores, com avenidas largas, Brasília tem uma excelente rede hoteleira, bem como uma infra-estrutura preparada para abrigar eventos de variados tipos e portes. No ramo cultural e gastronômico, Brasília também não deixa a desejar. Teatros, museus, restaurantes nacionais e internacionais, bares e clubes. Um cardápio de atrações muito variado que se adapta a qualquer paladar.

Além de suas diferentes atrações, a Capital Federal tem algo verdadeiramente especial, é Patrimônio Cultural da Humanidade. Brasília é a única cidade do mundo com uma audaciosa arquitetura concebida pelo planejamento urbano de Lúcio Costa e enriquecida pelas Obras de Oscar Niemeyer. Uma destas construções, o Palácio da Alvorada, residência oficial do Presidente, tem se tornado um dos maiores símbolos da arquitetura moderna brasileira.

O reconhecimento do valor patrimonial de Brasília fundamentou-se no plano urbanístico de Lúcio Costa, concebido em quatro escalas estruturais: a Monumental - compreendida em todo o Eixo Monumental e que abriga a alma político-administrativa do País -; a Gregária - representada por todos os setores de convergência da população -; a Residencial - composta pelas Superquadras Sul e Norte - e a Bucólica - que permeia as outras três, por se destinar aos gramados, praças, áreas de lazer, orla do lago Paranoá e aos jardins tropicais de Burle Marx.

Da interação dessas quatro escalas nasceu uma cidade que "sendo monumental, é também cômoda, eficiente, acolhedora e íntima. É ao mesmo tempo, derramada e concisa, bucólica e urbana, lírica e funcional", avaliou Lucio Costa.

Bem vindo à Brasília.

sábado, 15 de novembro de 2008

Mais do mesmo


Vicky Cristina Barcelona (2008)
Direção: Woody Allen
Roteiro: Woody Allen
Elenco: Javier Bardem, Patricia Clarkson, Penélope Cruz, Rebecca Hall, Scarlett Johansson


A mais recente tentativa de Woody Allen tem como cenário os exóticos redutos artísticos de Barcelona, na Espanha. As amigas gringas Vicky (Hall) e Cristina (Johansson) resolvem passar uma temporada na cidade. Vicky, a mais centrada e responsável, está terminando uma pesquisa para sua tese de mestrado, enquanto Cristina, loiraça de personalidade volúvel e espírito livre, está tentando descobrir o que fazer da vida.

Juan Antonio (Bardem), um nativo misterioso e sedutor, as convida para um fim de semana em Oviedo. A aventura com o desconhecido é algo demasiadamente impulsivo para Vicky, porém exatamente o tipo de ação que Cristina procura. No fim, as duas topam a viagem, porém é a comedida Vicky quem acaba na cama com Juan Antonio. O problema é que Vicky é noiva e o remorso bate forte quando Juan António a deixa de lado e parte para cima de sua amiga Cristina.

Os dois começam um relacionamento, que toma forma de triângulo amoroso quando María Elena (Cruz), ex de Juan Antonio, com quem ele tinha um relacionamento intempestivo, reaparece em suas vidas.

Acompanhe a crítica do filme:



sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Tour na Torre

Parada obrigatória no turismo de Brasília, a Torre de TV é um dos poucos edifícios da cidade que não foi projetado por Oscar Niemeyer. A obra, na verdade, é de Lúcio Costa e foi construída em 1967 para melhorar o sinal de rádio e TV em Brasília. É a décima terceira torre mais alta do mundo e a quarta maior da América Latina.

Ao redor da torre, são oferecidas várias atividades culturais como o museu de gemas, que possui cerca de 3 mil pedras brutas e lapidadas no acervo, e, próximo à torre, a fonte luminosa, que é um dos cartões postais mais antigos da cidade. Além de inúmeros shows culturais, rodas de capoeira e todo tipo de apresentação de rua, sempre gratuitos.

Mas o que chama mais atenção dos visitantes é a Feira da Torre, que funciona desde a década de 70 e na qual são vendidos vários tipos de artesanato, desde roupas até móveis, em cerca de 500 barracas. A maioria dos artigos é moldada no mais clássico estilo “roots” do brasiliense. Não vale sair de Brasília sem uma visita por lá.

Se você quiser saber mais sobre a organização da Feira da Torre, confira o áudio da matéria.


quinta-feira, 13 de novembro de 2008

TurisDF sob três olhares

O queixo tremia, as pernas não seguravam em pé, o vento tentando acalmar quanto mais soprava, mais o pavor pairava no ar. Era um domingo quente, a 75 metros da superfície, estava eu, no mirante da Torre de televisão, de onde se tem uma ampla vista de Brasília, num dos mais belos pontos turístico da cidade.

São estas e outras sensações que geralmente pode-se sentir em lugares metricamente planejados para embelezar uma cidade, um estado ou um país. Mas diferente de outros pontos turístico do DF, a Torre de TV é vista por algumas pessoas como principal meio de sobrevivência e sua beleza, muitas vezes não é enxergada.

Artistas de rua, ambulantes e artesãos não apreciam sua arquitetura sob o sol ardente e o clima seco. Não degustam a diversidade de pratos regionais que ali se encontram sob a pressa de vender e voltar para casa com o sentimento de dever cumprido e dizer "A feira foi boa".

Como passar no Eixo Monumental e não ver a Torre de TV? Um Projeto de Lúcio Costa, com 224 m de altura em aço, um monumento histórico no centro de Brasília, à sua frente encontra-se a escultura "Era espacial" de Alexandre Wakenwit. Aos 25 metros funciona o Museu Nacional de Gemas. E diariamente funciona a tradicional Feira dos Artesanatos, das 9 às 19h.

Depois de todo um processo de construção, dinheiro do povo investido, será que a Torre de TV está sendo valorizada como deveria? Talvez não. Mas de quem é a culpa? O que fazer? Estas são algumas perguntas que ainda ficam sem respostas. Mas mesmo assim, turistas que visitam Brasília criam até blogs para descrever os momentos vividos na cidade, afinal é a capital do País. Todos os dias ela está na globo, no Jornal Nacional. É onde está o poder.

Uma das pessoas com quem conversei durante minha análise, a artesã Mônica Pataxó, 30 anos, vive em Brasília há 10, apontou um aspecto muito importante. A falta de investimento do DF em turismo, pois por mais que o governo trabalhe em cima disso, ainda há uma certa precariedade.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Jornalismo sem recheio

A mídia brasileira não se cansa do sensacionalismo. A cada tragédia satura seus consumidores explorando incansavelmente cada oportunidade de assegurar pontos a mais na audiência, nos acessos aos blogs, sites ou na venda de jornais.

O mundo está cada vez mais violento e os jornais banalizam ainda mais. O povo se sente atraído. Será pela afeição do ser humano em coisas mórbidas, ou será que este povo vai se acostumando a ser insensível ao horror? Independe. O fato é que o jornalismo está extremamente factual e, dentre os fatos, a tragédia está entre os mais atraentes. Não que fatos sejam irrelevantes, mas só noticiar não faz sentido. O povo carece de análises, discussões, reflexões e esse é o papel da mídia.

Exemplo nítido de um jornalismo pasteurizado é a cobertura do “caso Eloá”. O fato é noticiado, a polícia começa a investigar e pronto, o assunto só deveria ser retomado quando fatos importantes surgissem para contextualizar o acontecido ou acrescentar novas informações. Se for pra continuar falando sobre, que outras abordagens sejam exploradas. No blog Divã do Masini, por exemplo, o autor cita o caso para uma reflexão sobre a vida. Há quem discuta as atitudes precoces dos jovens, a doação de órgãos, o crescimento da violência, enfim, utilizam o gancho para repassar valores sem deixar de informar corretamente.

Não fosse a descoberta de supostos crimes do pai da menina e a ação atrapalhada da polícia, o foco ainda estaria em Eloá. A mídia continuaria apelando para o sentimentalismo e recriando personagens. As pessoas adotando os personagens e alimentando a oportunidade dos meios de comunicação garantirem o seu lucro.


Eloá Sonora.mp3

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Amigos, amigos, seqüestros à parte

Um dos principais motivos pelos quais o caso Eloá ganhou proporções enormes foi por ter deixado claro o quanto as pessoas se tornaram individualistas e egoístas. Não quer acabar o namoro? Seqüestre sua namorada. Sua filha não pára de chorar? Esgane-a. Apertou muito forte e acha que ela morreu? Faça parecer um acidente e a jogue da janela. Quer a herança dos seus pais? Mate-os dormindo, talvez eles não sintam dor. E você ainda vai virar uma celebridade, com direito a página no Wikipédia, como se fosse digno de entrar para história.

Encontrar a solução para os próprios problemas ou livrar-se deles é a palavra de ordem atual, não importa que impacto tenha na vida dos outros. Se para ficar com sua namorada, Lindemberg teria que pôr uma arma em sua cabeça, foi exatamente isso que ele faria para resolver o problema e, ao menos durante o seqüestro, os dois estariam juntos.

Por que todos têm a necessidade de encontrar um culpado, se a culpa está claramente dividida entre todos? Basta ler as entrelinhas: o pai de Eloá, que deveria ensinar bons valores a ela, era um matador de aluguel e estava executando o interesse de outras pessoas; Eloá "aprendeu bem a lição" do pai e já tinha ameaçado o namorado com uma faca; e o GATE, mais preocupado com a própria reputação, não tomou a decisão óbvia. Cada um tem sua parcela de culpa, por ter agido de forma egoísta em alguma parte do processo.

Encontrar esse culpado seria muito mais fácil do que encarar a simples realidade: a maioria das pessoas está muito voltada para os seus próprios interesses e mudar tal comportamento seria uma empreitada complexa demais. O inferno são os outros, como diria Sartre, e encontrar o culpado atenderia ao interesse de todos, deixando o inferno bem longe.

Tal individualismo é percebido até mesmo entre as comunidades criadas no Orkut em homenagem a Eloá e Nayara. A solidariedade está apenas no título das comunidades, pois tópicos totalmente superficiais como "Beija ou passa?", pra tentar eskecer o luto! (sic.) ou "O q acha da pessoa acima = atitude ou silêncio???" são os mais disputados, com até 2300 comentários. Então fica claro que para ser "solidário" hoje, basta entrar numa comunidade online e Deus nos perdoará do egoísmo de cada dia.

Clique no player abaixo e ouça as impressões de Rauf Abbud – que tem a mesma idade de Eloá e Nayara – sobre o seqüestro de Santo André. Pelo menos o garoto se envolveria na situação se fosse a família dele envolvida. Já se fosse só um amigo...



Rauf - Entrevista

Amigos, amigos, sequestros à parte

Por problemas na postagem acima, permanece esse link para a entrevista.



Rauf - Entrevista

O show da mídia

Sem mais janela para espiar depois do desfecho desastrado do famigerado seqüestro de Santo André, a imprensa agora se lança na caça aos culpados. O candidato mais cotado no momento é a polícia de São Paulo. Questionam a sua competência, seus métodos, suas ações (ou a falta delas). Porém esse escrutínio todo deixou de lado uma das figuras chave do circo todo: a própria imprensa.

O caso Santo André se tornou problema de todos nós através de uma cobertura que tinha pouco de jornalística e muito de reality show. As câmeras indiscretas das principais redes de TV do Brasil invadiram o cárcere privado de modo que todos nós também pudéssemos “dar uma espiadinha”.

Há que se questionar até que ponto essa intromissão da imprensa é legítima. O artigo 7º, inciso IV, do
Código de Ética dos Jornalistas diz o seguinte:

“O jornalista não pode:

IV – expor pessoas ameaçadas, exploradas ou sob risco de vida, sendo vedada a sua identificação, mesmo que parcial, pela voz, traços físicos, indicações de locais de trabalho ou residência ou quaisquer outros sinais”.

A esta altura, depois do circo de mau gosto que foi o caso Isabella Nardoni, a audiência parece estar um pouco mais vigilante quanto aos abusos da mídia. Na blogosfera e em comunidades na web, as pessoas estão começando a se perguntar se o que a imprensa está prestando é serviço ou desserviço.

O
Observatório da imprensa, espaço tradicional de esculhambação da mídia, não perdeu tempo e dedicou toda uma sessão do seu Jornal de Debates para execrar a ação da imprensa, principalmente as emissoras de TV.

A baixaria em si ficou por conta do Orkut, que nos deu acesso aos perfis de Eloá (já apagado), Nayara e Lindemberg. Comunidades de luto e de ódio foram criadas por pessoas que, com a sensação de proximidade forjada pela cobertura televisiva, já se sentiam amigos virtuais dos envolvidos no caso.

A tecnologia permitiu até níveis mais exacerbados de mau gosto. É o caso desse
joguinho em flash que permite aos expectadores fazerem vingança com as próprias mãos e metralharem Lindemberg.

Quanto à grande imprensa, é recomendável que dirigentes da Globo, da Record e da Rede TV! dêem uma revisada básica nesse Código de Ética - que não é nem muito longo – antes de se meterem a negociar com seqüestradores desequilibrados. Até José Luiz Datena concorda. O apresentador e polemista criticou no ar em seu programa Brasil Urgente as emissoras que transmitiram entrevistas feitas por telefone com o seqüestrador. Em entrevista ao Terra Magazine ele reforça sua opinião de que a mídia teve um papel importante no desfecho trágico do seqüestro.

Ora, as coisas devem estar bem erradas em uma situação em que o Datena é a figura com bom senso.

 Anna Lisbôa - Caso Santo André